domingo, 3 de janeiro de 2010

Desvario Noturno. (Pleasure Night)


Eu quero ver você.
Eu quero sentir você.
Quero uma escadaria de cristal, quero as constelações dançando nas pontas dos meus dedos.
Ver seu peito nu inspirando o ar noturno com meus ouvidos atentos colados a ele.
Faça-me sua, vendada e inteiramente nua.

Os pêlos da nuca se arrepiam com o hálito de morango silvestre.
Os olhos se erguiam para o teto solar.
Estrelas, os pequenos serelepes pontinhos de luz no véu negro da noite.
O seio nu na direção do imenso atmosférico, as costas macias pousada nos lençóis claros de seda.
Os olhos castanhos desviou do céu aberto e encontrou o par de avelãs que a olhava fixamente.
Tomou suas mãos pálidas e delicadas entre as dele com carinho.
Desejou penetrar sua alma, conhecer seus segredos, ainda mais.
A tomou em um beijo cheio de volúpia como se quisesse devorá-la.
Ele se encontrava entre suas pernas grossas e firmes.
O tremor em seu corpo frágil anunciava. Tocava-lhe o membro firme em meio a suas coxas.
Mãos, lábios, pele na pele, todos os sentidos aguçados.
O céu contemplou os corpos no ritmo das ondas calmas, o amor que deles transmitia.
Depois de um longo suspiro, ela repousou sua cabeça no peito liso do companheiro.
Ele passou a mão nos cabelos escuros e contornou sua face perfeita.
Ela dormiu nos seus braços protetores o restante da noite.


Abri os olhos e encontrei somente a janela retangular aberta banhando o quarto com os raios do sol.
Estava nua debaixo do lençol anil.
Sentei na cama e a vi... a delicada rosa no travesseiro secundário.
A peguei com carinho e senti sua essência clássica.
Coloquei-a num vaso tosco e transparente de frente a foto dele.
O finado marido, amante.
“ Sinto sua falta, meu amor. "
Eu quero ver você.
Eu quero sentir você...



quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Sombra. (Shadow)



O sol se põe no horizonte, por detrás das casas mais longínquas, frias, cinzas e verde-musgo.
O sol se deita, calmamente, tudo está tão quieto; mas a única coisa que não está silenciosa é a mente da garota do vestido vermelho-paixão, dos olhos frios e distantes, do punho fechado, onde as unhas são cravadas pela força na pele. Mente agitada, olhos parados, coração destroçado.
Traição. É o que ecoa nos pensamentos dela. Quando ele não olha pra trás, quando ele esquece seu rosto e se nega a ouvir o som da sua voz. Ele não vai voltar, ela já sabia, mesmo que quisesse, ele não voltaria.                                                                          
Quando o Tudo tornasse Nada, é um grande passo para insanidade. A solidão não é insuportável, o que é, é quando se sai dela e depois ela volta da maneira mais dolorida.
Todas essas coisas se fundem na cabeça da menina dos cabelos longos. Vingança? Talvez.
Suicídio?  É o que tem evitado pensar.
Mas ela sabia, que o mais sensato a se fazer, era se calar. Não havia nada que ela pudesse fazer, não importa o quanto ela gritasse, ele seria o único que não iria ouvi-la.
Ela tentou, e não conseguiu.
Ele se foi, deixando apenas a sombra, e a certeza, que não voltaria.
E ela continuou lá, sentada, paralisada, e eu não sei dizer durante quanto tempo...
Quanto tempo é preciso pra curar um coração devastado?


sexta-feira, 31 de julho de 2009

Love Tragedy I - Cinza. (Gray)






Ele contornava os lábios dela com a ponta dos dedos.

As duas pétalas rosadas entreabertas úmidas pelo beijo recente.
Os olhos dela estavam fechados e inquietos nos seus braços fortes, a palidez e indiferença da madrugada cálida os cobria.
Ele a beijava o topo da cabeça, a lágrima escorregou livre pelo seu rosto rígido pelo sofrimento aparente.
Ela abriu os olhos com dificuldade, observou a dor daquele ser que sempre amou.
Ela tentou falar, mas ele a impediu carinhosamente com o dedo indicador nos lábios.
"
Não se esforce meu anjo."
"Eu não quero ir sem você..."
"
Eu não cometeria esse erro."
O sangue quente coloria a calçada cinza e fria, não havia nada mais que ele pudesse fazer.
Após o disparo o assaltante inseguro e amador correu desesperado e largou a arma próxima ao casal em dores, deixando o aflição atingir o coração do jovem apaixonado.
Ele a abraçou forte e em prantos, temendo o inevitável fim.
Ela o encarou ciente do que estava por vir, e um pequeno sorriso sofrido brotou de seus lábios, agora quase sem cor.
"
Eu te amo..."
Uma madrugada cinza.
Um tiro.
Um corpo sem vida.
Um coração partido.

O jovem paralisado, sem acreditar no que acontecia, tomou a arma nas mãos trêmulas.
O tiro foi rápido, se tornou indolor pela sensação anterior.
Segundos antes de perder todos os sentidos só uma coisa ecoava em sua cabeça.
"Eu te amo... Eu te amo... Eu te amo..."